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terça-feira, 26 de março de 2013

UMA BELA CRONIQUINHA DO MESTRE PARA DISTRAIR! MELHOR QUE ISSO SÓ BEIJO NA BOCHECHA!



JOSÉ CUNHA FILHO - MEU ESCRITOR PREFERIDO!!! SEM MAIS... 



                                                          Epimeteu, o Culpado!
                                                                                                                         




                                                                                          José Cunha Filho 

                                            
Sem os gregos, grande parte da humanidade não temeria os fados a consultar búzios e cartomantes para ver o que nos reserva o milênio em curso. Nós, mortais comuns, pagamos a conta da ingenuidade do grego Epimeteu.
 O indigitado Epimeteu vem a ser o irmão caçula de Prometeu, aquele que roubou o fogo sagrado do Olimpo e o entregou aos homens. Prometeu era um titã, descendente de Uranos e Gaia (o Céu e a Terra) e primo de Zeus. Muito brincalhão, vivia fazendo artes e piadas. Uma delas, criar o ser humano e nele colocar uma centelha do fogo divino, a alma.
Os homens assim criados passaram a ter a obrigação de homenagear Zeus e, em troca, podiam usar o fogo. Só que um dia Prometeu escondeu a carne de um animal sacrificado, de modo que Zeus ficou só com os ossos e a gordura. Irritado, Zeus retirou o fogo dos homens e proibiu que eles o utilizassem novamente.
 Os homens não podiam mais usar o fogo nem para se aquecer, nem para cozinhar. Prometeu roubou uma brasa da forja de Hefaistos, (Vulcano para os romanos), o deus ferreiro, escondeu-a no oco de um pau, com o qual saiu do Olimpo, devolvendo o fogo aos homens.  Zeus vingou-se dos homens criando a primeira mulher, Pandora, com a idéia de que as mulheres passassem a infernizar-lhes a vida.
E, de fato, Pandora logo seduziu Epimeteu (que significa o que só pensa depois), um irmão menos esperto de Prometeu. E Epimeteu, ao contrário do que lhe aconselhava o irmão, casou-se com Pandora. Esta então abriu uma boceta – caixinha, conforme jura o Aurélio – e dela saíram todos os males que desde então têm atenazado os homens, como as discórdias, as doenças e a necessidade de trabalhar duro para sobreviver. Em seguida, Pandora fechou a tampa da caixinha, com o que ficou presa dentro dela a Esperança.
 Prometeu (que significa o que pensa antes) também foi punido. Zeus ordenou que Hefaistos forjasse uma corrente indestrutível, de elos invioláveis. Prometeu foi então acorrentado ao alto de um pico no Cáucaso condenado a ter o fígado eternamente devorado por uma águia. Cada vez que a águia terminava de devorar todo o fígado de Prometeu, a víscera renascia e a águia começava de novo a devorá-lo. Esse castigo durou alguns séculos ou milênios, até que o herói Héracles (Hércules, para os romanos) entrou em cena. Ele matou a águia e libertou Prometeu.
Nós, pobres mortais, aperfeiçoamos o uso do fogo, e continuamos  a sonhar com a Esperança, aprisionada na boceta de Pandora.
 Ah, o texto é uma homenagem aos gênios do Enem que enchergam longe, ora se não...

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