BELOS TEXTOS DE ANDERSON LUIZ, O KIKO!
KIKO ANDERSON POR AQUI
Sem muito o que dizer de um poeta-músico-cantor que conheci... pois quando a poesia é maior nos falta adjetivos... Prefiro transformar em admiração o que se faz poema... Já eternizado por Mario Quintana, registro por aqui também... poema melhor não há como aquele que escrevo teu nome no meio da página em branco...
Apresento por aqui... o Poeta-Cantor-Músico-Compositor Anderson Luiz, o Kiko!
"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."
(Mário Quintana)
E enquanto não tenho pretensão de arrumar as malas... vou me alimentando de poesia...
Esvoaçante...
Existem pessoas que são esvoaçantes como o vento.
Passam pelas vidas alheias causando sensações estranhas, revirando coisas,
causando calafrios, desgrenhando cabelos, levantando vestidos e acariciando almas.
Como o vento da praia, que sacode as casuarinas.
Como o vento da planície, que espalha a fuligem das usinas.
E depois, como todo bom vento, vão embora, deixando lembranças sinestésicas e suspiros nostálgicos.
Pois ninguém consegue aprisionar o vento!
No máximo, tranforma-o em outras formas de energia.
Abra suas velas e deixe que o vento te leve.
Quanto mais leve for, mais longe o vento te levará .
Quanto mais longe o vento te levar, mais longe desejará ir.
Esse é o risco de brincar com o vento...
Ir tão longe a ponto de não saber mais como voltar...
Cuidado com o vento, moça! Pode nunca mais te trazer de volta ao ponto de partida.
Anderson Luiz
Lendo Anderson Luiz, o Kiko, me lembro de um pouco de tudo que li... simplicidade da ideia e sua inteligência quase que no automático... escrevendo como quem canta, cantando como que ama... Em outro texto, não muito no mesmo contexto, lembrei-me de Augusto dos Anjos... não na mesma essência.... mas sim nesse turbilhão de palavras em minha mente... esse Kiko-músico-poeta-cantor-pessoa está, hoje, fazendo parte dessa que vos escreve, caros leitores, e vamos de mais essência verdadeiramente poética, ora pois...
Versos Íntimos
Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
E você, Anderson Luiz é um dos poetas mais completos desse tempo.... aqui estará o espaço em branco sempre pronto para novas criações e feliz fico por saber hoje que a poesia insiste e persiste e tem nome... o presente é nosso de ter você por aqui.... Desculpe-me, caro Augusto dos Anjos, tão estimado por mim, conhecido como o "Poeta da Morte"... sendo tão vivo em minha vida... Mas kiko transcende, sem pretensão o que chamo de entrelinhas e supera qualquer expectativa de estilo onde tudo se mistura... e ele fala de amor e de outras coisas dessa estrada como quem apenas quer escrever não se preocupando com a poesia entornada no chão... catamos tudo e sorrimos por isso. Estou bem de poetas... e você, Kiko, já faz parte da minha história.. Leio!
E PRA QUE TÍTULO????
CONCORDA, SENHOR AUGUSTO DOS ANJOS?
APRESENTO-LHE ANDERSON LUIZ...
Vinha eu caminhando pela madrugada meio enevoada, por uma rua escura que já era minha conhecida, pois mesmo sem saber dizer onde ficava exatamente, ela não me causava estranheza nenhuma.
Parei em frente a um muro alto, metade de parede branca, metade de grandes matações de pedra. De pé apoiei minhas costas no muro, apoiando também a sola do sapato esquerdo com a perna dobrada na altura do joelho, tal qual um malandro clássico nas vielas do Rio Antigo.
Levei a mão direita ao respectivo bolso da calça de onde tirei um maço de Carlton praticamente cheio, enquanto a mão esquerda encontrava o isqueiro no outro bolso. Saquei um cigarro do maço e o acendi como num velho ritual. dei o primeiro trago, longo e denso.
Sentia todas as milhões de terminações nervosas do corpo responderem ao prazeroso sinal de que a nicotina entrara em ação. Dei o segundo trago, menos intenso, mais contemplativo, saboreador, eu diria, quando, abruptamente, envolto numa crise de consciência, eu exclamei: "Caralho, eu parei de fumar!... seguiu-se uma leve desorientação acompanhada de um mal estar, aí então.. eu acordei e a dor na consciência se transformou em alívio, pois eu não tinha sucumbido ao vício!... Tudo não passara de um sonho!!!... E o alívio se transformou numa raiva enorme de mim mesmo, pois pensei; "Puta que o pariu, já que era um sonho, poderia ao menos ter fumado o cigarro inteiro!!!!"
Anderson Luiz, o Kiko
Mônica Braga
Mais sobre o Trabalho de Anderson Luiz, o Kiko? Só Clicar!!!! Cada um desses links promove o trabalho do grande artista!
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